Acusado de ser um dos principais articuladores do esquema de desvios de recursos na Secretaria de Saúde de Campinas, o ex-servidor Anésio Corat Jr. depôs hoje em audiência conduzida pelo juiz da 4ª Vara Criminal, Caio Ventosa Chaves no “Caso Ouro Verde” e negou que tenha recebido propina dos donos da OS Vitale Saúde – que administrou o hospital por 18 meses.
O depoimento durou duas horas e Anésio negou de forma categórica que tenha recebido vantagens ilegais. Ao ser perguntado sobre se havia recebido dinheiro de Fernando Vitor – diretor da Vitale – arriscou um brincadeira.
“Não fui convidado para dar uma voltinha na Ferrari dele”, disse ele. O juiz demonstrou ter ficado claramente contrariado com a resposta. Repreendeu Anésio e disse que se trata de um assunto sério; que o processo apurava desvios de dinheiro público. Em seguida, disse que parecia que o réu tinha certeza de impunidade e completou: “isso aqui não é circo”, advertiu.
Luciano Ramon da Silva – que trabalhou na secretaria ao lado de Anésio e que também é acusado de desvios de recursos – também depôs hoje (16/04), mas decidiu permanecer em silêncio.
Os dois foram presos na segunda fase da operação, em março de 2018 e permaneceram na cadeia até novembro, quando acabaram sendo beneficiados por um habeas corpus expedido pelo TJ (Tribunal de Justiça).
De acordo com o MP, Anésio recebia mensalinho de R$ 25 mil, mas tinha promessa de repasse de propina num valor que poderia chegar a R$ 1,2 milhão durante a duração do contrato, de cinco anos. Na casa do ex-servidor, foram encontrados R$ 1,2 milhão em espécie. À época, Anésio alegou que o dinheiro era produto da venda de uma fazenda.
As informações são do repórter da Band, Tiago Prudente.
Adicionar comentário