A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta terça-feira (21/07) a operação Paralelo 23, que investiga suposto caixa 2 na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014. O ex-governador é suspeito de ter recebido R$ 5 milhões em doações irregulares feitas pelo empresário José Serpieri Júnior, da Qualicorp, grupo que comercializa e administra planos de saúde coletivos. Serpieri já teve prisão confrmada. Os mandados estão sendo cumpridos em Itatiba, Itú, Brasília e São Paulo.
Outros alvos de prisão temporária são o empresário Mino Mazzamati , Rosa Maria Garcia e Arthur Azevedo Filho. O único que ainda não foi preso é o publicitário Mino Mazzamati, do Titans Grupo, que atua com marketing digital e participou da campanha de Aécio Neves. No total, são quatro de mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão. A nova fase da Lava Jato, que apura crimes eleitorais, é feita em conjunto com o Ministério Público Eleitoral (MPE). As apurações se restringem a fatos ocorridos em 2014, quando Serra ainda não tinha o mandato de senador.
Os investigados tiveram as contas bancárias bloqueadas por ordem da Justiça Eleitoral.
O dono da Qualicorp sempre teve relações próximas com políticos. Quando se casou, em 2014, ele recebeu na cerimônia, em Bragança Paulista, o então governador Geraldo Alckmin, José Serra e Gilberto Kassab, além da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário também foi citado na delação do ex-ministro Antonio Palocci.
O caso
O inquérito policial foi enviado à Justiça Eleitoral em 2019, após delação premiada de pessoas contratadas para estruturar e operacionalizar doações eleitorais não contabilizadas a mando do empresário. Durante as investigações foram verificados pagamentos também por empresas de construção civil e nutrição.
No início do mês, a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo acusou Serra e a filha, Verônica, de lavagem de dinheiro.
Outro lado
Em nota, o senador José Serra afirmou que foi surpreendido pela operação desta terça-feira (21/07). “A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido.”
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